Paraense era dono da empresa de investimentos Alphabets, sediada em Cabo Frio, que fechou as portas nesta quarta-feira, 8. Ele já foi condenado em 2017 por tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico. Rogério Cruz Guapindaia se apresentava como CEO da empresa especializada no mercado de apostas esportivas, que anunciou o fim das atividades, causando temor em clientes e consultores.
Rogério foi preso em flagrante, no dia 1 de outubro de 2016, ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Natal, no Rio Grande do Norte, com três quilos de ecstasy na mala. O voo era proveniente de Portugal e ele estava acompanhado de uma mulher que foi paga para acompanhá-lo com o objetivo de tornar o transporte das drogas menos suspeito.
O empresário foi condenado a 11 anos, 4 meses e 9 dias de reclusão. Ele cumpre a pena em liberdade provisória, com uso de tornozeleira eletrônica e obrigação de permanecer recolhido em casa no período noturno e nos finais de semana. Em junho deste ano, três meses após fundar a empresa de investimentos, ele pediu à Justiça para retirar o aparelho de monitoramento, mas o pedido foi negado.
No site da Alphabets, Rogério diz que sua trajetória profissional foi “de jogador de futebol, corretor de imóveis a gerente de restaurante”, até se “encontrar como trader esportivo e investidor do mercado de apostas”. O empresário conta que conheceu o mercado de apostas perdendo dinheiro, até “ver uma oportunidade e perceber o mercado de uma maneira diferente, como investimento”.
De acordo com a biografia disponível no site, Rogério afirma atuar como trader em quatro bancas em operação e mais de 500 alunos. Ele garante que pode fazer o dinheiro “render como nenhum outro investimento” através do “robô de operações esportivas”.
Entre os motivos alegados por Rogério Cruz Guapindaia, que estava à frente da Alphabets, para o fechamento da empresa na nota oficial publicada no Instagram, estão “a total inviabilidade de migração para um novo sistema e percalços, como duplicidade de pagamentos, invasão do nosso sistema, envio de comprovantes falsos, dentre outros”.
Rogério pediu ainda um prazo de 30 dias para o “início e implementação do plano de pagamentos adotado” e pediu desculpas pelos transtornos causados. “Nos comprometemos a honrar com a devolução integral de todos os valores recebidos”, afirma a nota.
Uma mulher disse ter investido R$ 10 mil no mês 08. “Foi o dinheiro que juntei minha vida toda. Sou enfermeira e lembro cada plantão 24h que dei me matando para juntar essa grana. Não recebi nem a primeira parcela ainda”, lamentou.
Fonte: OGlobo/ODia