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Prefeitura de Belém garante ensino remoto para estudantes ribeirinhos

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Assim como os alunos de Belém, os estudantes ribeirinhos da ilha do Combu estão mantendo uma rotina de estudos em casa desde que foi determinada a suspensão das aulas pelo Decreto Municipal 95.955, de combate à proliferação da covid-19 na capital.

A iniciativa é resultado de um planejamento elaborado pela Secretaria Municipal de Educação (Semec), mobilizando profissionais da Diretoria de Educação (Died), do Centro de Formação de Professores (CFP) e do Núcleo de Informática Educativa (Nied). Foram produzidos kits pedagógicos, atividades on-line e teleaulas para o programa Educa Belém – Apreendendo em casa, transmitido pela RedeTV, canal 47.

Paralelamente, professores estão contribuindo com a produção de videoaulas que são enviadas via Whatsapp para os responsáveis, além de ajudar na distribuição dos kits pedagógicos e divulgação do programa Educa Belém, entre pais e alunos.

Escolas – Atualmente há mais de 500 alunos matriculados nas cinco unidades de ensino localizadas na ilha do Combu, que são a Escola Municipal de Educação de Campo Sebastião dos Santos Quaresma e o Anexo Santo Antônio e a Escola Municipal de Educação de Campo Milton Montes e os Anexos Nossa Senhora dos Navegantes e Nazaré.

Logo após o anúncio da suspensão das aulas, profissionais da Escola Sebastião dos Santos Quaresma se reuniram com a equipe pedagógica da Semec e foi criado um grupo de Whatsapp para promover a comunicação entre professores e pais sobre as atividades remotas.”Os professores se dispuseram a gravar vídeos semanalmente. Entregamos os livros didáticos e o material impresso com atividades e começamos a fazer o acompanhamento de acordo com o horário de aula na escola. Como muitos alunos não têm tevê para assistir as aulas do programa Educa Belém, as professoras baixam as aulas disponíveis no YouTube e enviam aos alunos pelos grupos. Tivemos um resultado muito bom e dessa forma a gente vai conseguindo atender os nossos alunos, lógico, com a ajuda do pais, que são essenciais neste momento”, conta Marcele Moreira, diretora em exercício da Escola Sebastião dos Santos Quaresma. Ela ressalta que foi preciso estudar sobre como produzir aulas on-line e para equipe foi mais um aprendizado.

Na Escola Municipal de Educação de Campo Milton Monte, o corpo docente também teve que se reinventar para dar continuidade às atividades pedagógicas, de forma prática e considerando as dificuldades de acesso à internet na ilha. Thiago Oliveira, diretor da Escola de Campo Milton Monte, conta que os docentes produziram videoaulas de confecção de máscaras artesanais para se proteger da covid-19, confecção de pipas, contação de histórias, práticas de capoeira, dentre outras.

A escola também promoveu ações do projeto “Direito de Ser Criança e Adolescente”, que debate a violência e a exploração sexual de forma lúdica.
“Tivemos um grande retorno das famílias, podendo assim reafirmar nossa parceria permanente entre escola, família e comunidade, mesmo à distância por motivos da pandemia”, revela o diretor.

Famílias – Este momento está servindo para não só estreitar os laços entre escola e família, mas também entre pais e filhos por meio da educação. Atos de solidariedade também são aflorados na comunidade escolar. Marilene Ramos dos Anjos é moradora da ilha do Murutucu e mãe do Abraão, de 10 anos, aluno do 5º ano, e Mariele dos Anjos, de 9, do 3º ano, estudantes do anexo escolar Santo Antônio. Ela tem mais seis sobrinhos que estudam na Escola Sebastião dos Santos Quaresma. Marilene ficou responsável por um grupo de alunos que vão estudar em sua casa para poderem acessar a internet e baixar o material enviado pelos professores.

“Não tem sido fácil dar suporte para eles. Tem algumas atividades que não entendo, mas as professoras estão sempre nos ajudando. Eles sabem que não estão de férias. Às vezes dá aquela preguiça. A gente fez um horário para estudar. Eu sei que o trabalho do professor é muito difícil, mas acredito que a primeira educação se aprende em casa e a gente tem que conversar com eles a respeito do empenho nos estudos. Não é fácil para ninguém e os nossos filhos precisam também da gente. O professor faz a parte dele e a gente tem que fazer a nossa e enxergar melhor o comportamento dos nossos filhos. Estamos fazendo o possível para ajudar as crianças”, disse a dona de casa, que só estudou até a antiga 4ª série.

A auxiliar de transporte escolar Eloíde dos Santos Oliveira, mãe de Paola, 8 anos, e João Jadson de Oliveira, 4 anos, alunos do 3º ano e do Jardim 1, respectivamente, da Escola Milton Monte, conta que está se esforçando para dar continuidade aos estudos dos filhos em casa. “A professora Magnólia (Medrado, pedagoga da escola) está interagindo conosco. Ela envia vídeos e orienta a gente nas atividades. E a gente tenta fazer de tudo para não parar as atividades escolares das crianças. Gostei muito do porta-aviões, do projeto ‘Direito de Ser Criança’. Espero a gente continue se ajudando nas atividades das crianças”, disse.

 

Fonte: Agência Belém.