F4AD3B4D-BBD0-4573-B94A-5F7885BEEEBC

Praça da República ganhará estátua do poeta Ruy Barata

Compartilhe:

Começou a Instalação e montagem da estátua em tamanho natural do poeta Ruy Barata, na Praça da República, bem ao lado do Bar do Parque. Obra do escultor, artista plástico e arquiteto Fernando Luiz Pessoa.

A inauguração será realizada pela prefeitura de Belém nos próximos dias.


Quem foi Ruy Barata?

Ruy Guilherme Paranatinga Barata (Santarém, 25 de junho de 1920 – São Paulo, 23 de abril de 1990) foi um poeta, político, advogado, professor e compositor brasileiro.

Filho único de Maria José Paranatinga Barata e do advogado Alarico Barros Barata, recebeu o nome Ruy em virtude da admiração paterna por Ruy Barbosa.

Em 1938, Ruy Barata entrou para a Faculdade de Direito do Pará.

Em meio aos estudos jurídicos, se apaixonou de vez pela poesia. Bebeu na fonte de Maiakovski, Garcia Lorca, T.S. Elliot, Mallarmé, Rilke, Pablo Neruda, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Murilo Mendes, Jorge de Lima, entre outros.

Em 1943, publica seu primeiro livro de poemas Anjo dos Abismos, pela José Olympio Editora, com o decisivo apoio do romancista paraense Dalcídio Jurandir.

Em decorrência da luta contra o autoritarismo de Magalhães Barata, Ruy Guilherme Paranatinga Barata entra na política partidária e, aos 26 anos, em 1946, é eleito deputado para a Assembleia Constituinte do Pará, pelo Partido Social Progressista (PSP). Embalado pelo clima de explosão democrática que sucedeu a vitória dos aliados contra o nazi-fascismo na Europa, nenhum tema relevante aos direitos humanos escapou da percepção do jovem deputado naquela legislatura. A luta pela paz num mundo traumatizado pela morte de milhões de seres humanos nos campos de batalha, o horror da ameaça atômica que exterminara as populações de Hiroshima e Nagasaki, o respeito à autodeterminação dos povos, o Estado de Direito no Brasil, a defesa da soberania da Amazônia e a luta contra a pobreza foram temas caros a Ruy Barata.

Foi reeleito em 1950. Em 1951 publica os poemas de A Linha Imaginária (Edições Norte, Belém). A partir daí e depois, como deputado federal (1957 a 1959), se afirma como a voz progressista no Pará em defesa do monopólio estatal do petróleo, das grandes causas nacionais e da paz mundial, nos momentos cruciais da chamada guerra fria.

Em 1964, com o golpe militar, Ruy Barata foi preso, demitido de seu cartório (então 4º Ofício do Cível e Comércio da Comarca de Belém) e aposentado compulsoriamente do cargo de professor da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal do Pará, com menos de 10% de seus proventos. Para sobreviver passa a exercer a advocacia no escritório de seu pai, Alarico Barata, e escreve artigos e reportagens com pseudônimos, como Valério Ventura, para os jornais Folha do Norte e Flash.

A partir de 1967, Ruy Barata, que tinha, desde a juventude, uma estreita ligação com a música, passa a compor em parceria com seu filho, o então jovem músico e instrumentista Paulo André Barata.

A música brasileira ganhou então canções como “Foi Assim”, “Pauapixuna”, “Esse Rio é Minha Rua”, entre outras que embalaram histórias de amor e a relação do paraense com sua terra. Vidas que mudaram com a arte de Ruy Barata.