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Morre aos 80 anos o padre Bruno Sechi, fundador da República de Emaús

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O padre salesiano Bruno Sechi, pároco da Igreja de São Domingos de Gusmão, no bairro da Terra Firme, coordenador da Comissão Arquidiocesana Justiça e Paz, fundador e coordenador geral do Movimento República de Emaús, faleceu hoje, aos 80 anos. Ele foi encontrado desmaiado em casa e socorrido na UPA da Marambaia, mas não resistiu. Estava em tratamento da Covid-19.

Padre Bruno nasceu na Itália e veio para o Brasil ainda jovem. Em 1970, em Belém do Pará, ele reuniu alguns educadores e sensibilizou um grupo de jovens em defesa dos direitos humanos de crianças e adolescentes que trabalhavam na feira do Ver– O – Peso, meninos que ajudavam seus pais vendendo sacolas, salgados e picolés, prestando também pequenos serviços como engraxates e outros, enfrentando o preconceito, a violência policial e os aliciadores que os exploravam. Os jovens, liderados pelo religioso, decidiram ajudar os pequenos vendedores e criaram um Restaurante do Pequeno Vendedor, que originou a República do Pequeno Vendedor e, depois, o Movimento de Emaús. Organizados, passaram a debater e a reivindicar seus direitos, resgatando a cidadania com uma proposta concreta de resistência às drogas, à violência, à prostituição, ao abandono e à exclusão. 

O elevado alcance social do trabalho do padre Bruno foi contemplado com o V Prêmio USP de Direitos Humanos e muitos outros, de reconhecimento à sua luta pela infância e juventude. Um dos seus muitos méritos foi contribuir para a viabilizar o Estatuto da Criança e do Adolescente. Combateu o bom combate, sempre pregando a solidariedade e o amor ao próximo.

Durante décadas beneficiou com educacão e assistência socioeconômica milhares de jovens pobres da periferia, incentivando a solidariedade das pessoas em campanhas anuais. Hoje, o Movimento e a República de Emaús são dirigidos pelos primeiros jovens resgatados da pobreza.

 

Fonte: Uruatapera