No aquário de Hendersonville, na Carolina do Norte, nos EUA, um fenômeno incomum surpreendeu os funcionários: a Arraia Charlotte, que não teve contato com nenhum macho de sua espécie há 8 anos, apareceu grávida subitamente. Os únicos machos por perto eram tubarões, cujos órgãos reprodutores não são compatíveis.
Os funcionários do Aquarium and Shark Lab, que abrigam Charlotte em um tanque com cerca de 8.300 litros de água, se surpreenderam com o “inchaço” da arraia, temendo que fossem tumores. Eles a enviaram para avaliação clínica e, para surpresa de todos, ela não estava esperando apenas um, mas quatro filhotes. Esse fenômeno, apesar de raro, não é novidade no mundo animal e chama-se partenogênese.
A partenogênese permite que as fêmeas se reproduzam sozinhas, resultando em clones genéticos de si mesmas. Esse fenômeno já foi registrado em insetos, peixes e répteis. Este método desafia as noções tradicionais de reprodução, nele o óvulo se funde com uma célula da própria fêmea progenitora, tendo implicações significativas para a conservação da biodiversidade e a compreensão da evolução.
Sendo cópias de um organismo progenitor, asarraias nascidas desse processo não terão variação genética, ou seja, estarão suscetíveis a doenças e vulnerabilidades às quais o organismo mãe não tem resistência. Na reprodução comum, existe uma mistura de genes que, por fim, gera indivíduos mais ou menos aptos a sobreviver em ambientes mais extremos e a patógenos.
Agora, cientistas do mundo todo esperam com ansiedade o nascimento dos filhotes, e o aquário onde reside o animal se prepara para abrigar Charlotte e os bebês em um ambiente mais amplo, bem como para realizar os devidos estudos genéticos para elucidar este processo.
Por: Romulo Maciel.