A falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no sistema público de saúde do Pará pode gerar uma situação catastrófica neste momento de pandemia de Codiv-19, segundo alerta o Ministério Público federal (MPF) em ofício enviado ao governador do Pará, Helder Barbalho, na quinta-feira (9). No documento, o MPF também aponta a necessidade de mais transparência e detalhamento dos dados divulgados pelo governo sobre casos do novo coronavírus no estado.
O déficit de leitos de UTI no sistema público de saúde do Pará é preocupante. De acordo com o MPF, o Pará deveria ter 963 leitos de UTI só para o atendimento normal à população, sem levar em consideração a demanda extra por leitos gerada pela pandemia de Covid-19. No entanto, de acordo com dados informados em março pela Procuradoria do Estado, o Pará tem apenas 708 leitos de UTI habilitados.
No ofício, o MPF quer saber quantos novos leitos de UTI serão habilitados no Pará em 2020, em especial durante período da pandemia, tanto para o atendimento a casos de Covid-19 quanto para os demais atendimentos. Também foram requisitadas, entre outros dados, informações sobre a taxa de ocupação dos leitos e a distribuição desses leitos por municípios, sempre com o detalhamento de quais são leitos para o atendimento geral e quais são exclusivos para casos do novo coronavírus.
“Como a pandemia causada pelo novo coronavírus provoca uma necessidade inédita de leitos de UTI, uma situação que já é precária pode se tornar catastrófica”, alerta o MPF.
Falta de transparência
O MPF requisitou resposta sobre quais medidas o governo pretende adotar para melhorar a transparência em relação aos dados divulgados à população sobre os casos de Covid-19 no Pará, considerado o estado ”nota 0” em relação à transparência conferida a esses dados.
Ventiladores pulmonares
O governo do estado foi requisitado, ainda, a informar sobre a possibilidade de produção local do ventilador pulmonar desenvolvido por pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), tendo em vista que o equipamento possui licença de produção aberta, é de baixo custo, usa somente componentes nacionais e não necessita de fonte de ar comprimido para funcionamento, o que, por sua vez, poderia permitir o uso, inclusive, dentro de hospitais de campanha e em demais leitos de menor complexidade.
Equipamentos de proteção
O ofício solicita o governo estadual preste esclarecimentos sobre a suposta falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) a profissionais de saúde que lidam
diretamente no combate à pandemia no Pará. Também há registros, no MPF, de denúncias de falta desses equipamentos.
O MPF requisitou que o governo do Pará informe a lista de EPIs já adquiridos e já distribuídos às unidades de referência para tratamento de pacientes com covid-19 na rede regional do SUS.
Fonte: G1 / Pará