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CORRUPÇÃO: Processos que envolvem Helder Barbalho em esquema na saúde chegam à CPI

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Dois processos, nos quais estão incluídas investigações da Polícia Federal, envolvendo diretamente o governador do Pará, Helder Barbalho, em gravíssimas acusações de malversação de dinheiro público, além de outros agentes públicos e empresários, desembarcaram no último final de semana na CPI da Covid, em Brasília.

O pedido ao STJ havia sido formulado pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que defende a presença de 18 governadores na CPI, entendendo que há muito a ser explicado por eles sobre grotescas irregularidades na aquisição de equipamentos e insumos para o combate à pandemia do coronavírus nos estados.

Por outro lado, os governadores se recusam a comparecer, alegando ter decisão favorável, de 21 de junho passado, da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber. Ela deu a eles o direito de escolher se querem ou não ir depor. Helder está entre os que se negam a prestar esclarecimentos.


OS CASOS DO PARÁ E OS RESPIRADORES


O caso do Pará abriga três processos em andamento no STJ que foram solicitados pela CPI da Covid, mas o inquérito da aquisição de 400 respiradores da China não foi enviado aos senadores. Segundo o ministro Francisco Falcão, a cópia desse processo não pode ser remetida porque há “diligências de caráter sigiloso ainda em curso”.

Os dois processos integrais cujas cópias foram enviadas à CPI são os seguintes: o primeiro processo, que envolve R$ 1, 2 bilhão, trata de contratos assinados entre agosto de 2019 e maio de 2020, para a gestão de unidades hospitalares, e incluíam hospitais de campanha montados para atender pacientes com o coronavírus. Esse processo, segundo as investigações bastante avançadas, apontam falcatruas como fraudes em licitações, corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e peculato

O segundo processo é sobre a contratação irregular, também da empresa SKN, para a compra de 1.600 bombas infusão. Cada bomba dessa é utilizada em hospital para inserir medicação ou nutrientes diretamente na veia do paciente. O valor gasto nessa aquisição, autorizada pelo governador, foi de R$ 8,4 milhões. Segundo a investigação da PF, além de a contratação ter sido feita sem licitação, o governo paraense aceitou proposta com preço acima do mercado.

A ação movida pelo Ministério Público afirma que a SKN recebeu metade do valor, pelas bombas de infusão, ou seja, 4 milhões e 200 mil reais, de forma antecipada e sem nenhuma contrapartida como garantia. Ao final, a empresa entregou 1.580 aparelhos – 20 a menos do que o contratado – e fora do prazo estabelecido, causando um prejuízo de R$ 3,5 milhões aos cofres públicos.

Por conta das imputações de irregularidades, o MP pediu, mas teve indeferido pela Justiça do Pará, um pedido de afastamento do governador do cargo que ocupa. De acordo com o fiscal da lei, Helder Barbalho “tratava previamente com empresários sobre assuntos relacionados aos procedimentos licitatórios que, supostamente, seriam loteados, direcionados, fraudados, superfaturados, praticando prévio ajuste de condutas com integrantes do esquema criminoso e, possivelmente, exercendo função de liderança na organização criminosa”.

Sobre o inquérito da Operação S.O.S, agora sob exame dos senadores da CPI, o ministro Francisco Falcão foi incisivo ao dizer que a atuação do governador do Pará se mostrou essencial para o sucesso da “empreitada criminosa” envolvendo as organizações sociais na área da saúde no estado. Responsável pela autorização de busca e apreensão de documentos e equipamentos no gabinete de Helder, o ministro afirmou: “há robustos indícios da anuência e participação do Chefe do Poder Executivo Estadual no esquema criminoso”.

Fonte: Ver-O-Fato