A preocupação com a grande quantidade de alimentos que acabam indo para o lixo motivou um grupo de alunos da Universidade Federal do Pará (Ufpa) a criar uma película de bioplástico feita a partir de resíduos do agronegócio. O produto, aplicado sobre a superfície de frutas e verduras, aumenta o tempo de vida delas e evita a sua contaminação.
Os bioplásticos estão, atualmente, entre os principais candidatos para a substituição do plástico tradicional no mundo.
O projeto do bioplástico líquido, denominado RevFood, foi desenvolvido utilizando cascas de frutas e legumes, bem como talos e sobras de hortaliças, por meio da Startup Biomimética. Ao ser despejado sobre os alimentos, dentro de alguns segundos, solidifica-se, formando uma película ultrafina e comestível.
Em estudos preliminares, foi possível triplicar o tempo de vida de bananas, maçãs, tomates, uvas e mamão. Além disso, como pode ser digerida pelo organismo humano, a película não provoca danos à saúde, como o plástico comum.
O foco da pesquisa, nesse primeiro momento, é poder ajudar as pessoas que vendem frutas e hortaliças ao ar livre e que não podem arcar com os custos de refrigeração para conservar esses alimentos. Há também grandes franquias de restaurantes e supermercados interessadas no produto. Depois, há o interesse de ampliar o uso do RevFood internacionalmente.
Projeto vencedor – A Startup Biomimética foi uma das vencedoras do prêmio HackBrazil 2020, voltado a desenvolver startups que desenvolvem projetos voltados à solucionar grandes problemas brasileiros através de ideias inovadoras e empreendedoras.
De acordo com Jonas Cunha, um dos integrantes da equipe da Ufpa, a expectativa é estender a aplicação do produto para mais alimentos e utilizar o valor recebido da premiação na aquisição dos equipamentos necessários à produção, bem como regularizar do produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Com informações de Jéssica Souza – Assessoria de Comunicação da UFPA.
