B6618A97-44E6-42AB-9AB1-E2E67B5427DB

Áudios entre cúpula da SEAP-PA e facção criminosa vazam e mostram suposta negociação entre governo e crime organizado

Compartilhe:

Na tarde deste sábado, 27, tornaram-se públicos vários áudios de integrantes de facção criminosa com membros da alta cúpula da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Pará (SEAP-PA),

Um dos citados no áudio é o Coronel Vicente Neto, da Polícia Militar. Nos diálogos, eles tratam sobre afrouxamento de medidas dentro das penitenciárias e outros benefícios como visitas íntimas, quatro refeições diárias e troca de colchões.

Em um trecho o preso liga para a “inteligência” do CV, e fala com um certo “Tio”, dizendo estar reunido om lideranças “aqui no shopping, o CRP-P2, onde estão nove integrantes. Eles tratam sobre um tal de “salve” e pergunta ao outro criminoso, por celular, se tem como “segurar essa parada aí”. A Resposta do “Tio” é de que a “luta foi constante e já vai entrar no segundo ano. Todo mundo sabe, inclusive o Núcleo de Inteligência, que o nosso intuito era esperar a intervenção federal ir embora e a gente ganhar o nosso espaço de visitas, alimentação, aguentando mais um pouco. Então, as nossas, estruturas se tornaram mais agressivas, onde nunca colocamos o nosso poder de organização nas ruas por respeito aos amigos que pediram pra nós segurar”.

Durante a conversa no terceiro áudio, a voz que aparece é do homem conhecido por Ringo Alex, falando com o coronel Vicente. Um detento ligado ao CV passa o telefone ao militar e eles conversam. As gravações foram interceptadas pela área de inteligência da segurança.


O que diz o Coronel

 

Em mensagem aberta e compartilhada na rede social ele diz: “Senhores, com relação a esses áudios, isso são técnicas de negociação, todos sabemos que não existe acordo… o crime perdeu o poder e os privilégios que tinha e estão revidando pro estado ceder, assim como tem técnicas e táticas no gerenciamento de crises.

Eu não afrouxei ou foi permitido tais regalias, os presos foram todos para presídios federais. Agora usar um áudio de maneira equivocada e querer deturpar é fácil, minha postura sempre foi e será seria. Foi determinado fim do procedimento? Foi autorizado visita íntima? Colchões, alimentação e banho de sol é regalias ou previsão na LEP (Lei de Execução Penal, não é para cumprir a lei? Apurar tais atos de abuso ou torturas, não é para fazer? Mandar o preso monitorado na CIME , para verificar o dispositivo não pode?”

O procurador-geral de Justiça e chefe do Ministério Público do Pará, Gilberto Valente Martins, informou que irá remeter as gravações para distribuição entre promotorias militares, também para o Grupo de Combate à Corrupção e Crime Organizado (Gaeco), além do Controle Externo do MP, áreas com a competência de apuração.

O secretário da Seap, Jarbas Vasconcelos, não se manifestou.


Fonte:  Ver-O-Fato