A man wearing protective face mask, as a precautionary measure against coronavirus disease (COVID-19) calls for drivers to park in downtown Sao Paulo

A economia começa a sair do fundo do poço – mas ele é bem fundo

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Parece que o pior já passou para a economia. Um dos primeiros sinais que mostram isso é a recuperação das vendas em todos os segmentos do varejo no mês de maio. Na comparação com abril, em que a quarentena pegou diversos empresários de surpresa, a maior parte dos estados mostrou uma recuperação. Mas, na comparação anual, o estrago ainda é grande.

O diagnóstico é reforçado pelo indicador IGet, realizado pelo Santander e pela empresa de meio de pagamentos Getnet, obtido em primeira mão pelo CNN Brasil Business. As vendas do varejo em maio tiveram uma alta de 11,2% em comparação ao mês anterior (em abril, houve uma retração de 10,3%). Quando comparado a maio de 2019, contudo, o tombo foi de 24,6%.

A queda só não foi maior porque o setor de supermercados, que representa a metade do peso do indicador, teve uma baixa ligeira, de 0,4% na comparação mensal. Por não terem interrompido suas operações, já que fazem parte dos serviços essenciais, os supermercadistas não sofreram tanto com a crise. De certa forma até cresceram em comparação com maio do ano passado: uma pequena alta de 0,2%.

“Em alguns segmentos, como o atacarejo, o crescimento foi até mais alto, cerca de 10%”, diz Pedro Coutinho, presidente da Getnet.

O setor de vestuário foi o que apresentou a maior alta no mês e teve o dobro de vendas em relação a abril (103,5%). A queda no mês anterior, contudo, foi brutal: 62,4% – a maior do indicador em comparação a todos os setores.

“Havia um risco de que abril não fosse o pior mês para a atividade econômica, então, apesar dos resultados negativos no ano a ano, a leitura é que o pior ficou para abril”, diz Lucas Nobrega Augusto, economista do Santander.

A questão é que, apesar da economia ter saído do fundo do poço, ele continua sendo muito fundo. E como a curva da pandemia ainda não caiu, com o governo divulgando dados piores dia após dia, não é possível dizer exatamente quando tudo voltará ao normal. A comparação das vendas ano a ano expressam bem o tamanho do problema.

O setor de vestuário foi o que apresentou a maior alta no mês e teve o dobro de vendas em relação a abril (103,5%). A queda no mês anterior, contudo, foi brutal: 62,4% – a maior do indicador em comparação a todos os setores.

“Havia um risco de que abril não fosse o pior mês para a atividade econômica, então, apesar dos resultados negativos no ano a ano, a leitura é que o pior ficou para abril”, diz Lucas Nobrega Augusto, economista do Santander.

A questão é que, apesar da economia ter saído do fundo do poço, ele continua sendo muito fundo. E como a curva da pandemia ainda não caiu, com o governo divulgando dados piores dia após dia, não é possível dizer exatamente quando tudo voltará ao normal. A comparação das vendas ano a ano expressam bem o tamanho do problema.

Fonte: CNNBrasil