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Em Castanhal, MPPA denuncia 19 por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro; 20 milhões em bens foram bloqueados

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A Promotoria de Justiça Criminal de Castanhal ofereceu, na sexta-feira, 21, denúncia contra 19 pessoas, decorrente de resultado de investigação iniciada em 2020 pela Polícia Civil do Pará, que desvendou uma rede complexa envolvendo tráfico de drogas, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro e outros crimes.

O MPPA demonstra na Ação Penal o modo de operação dos envolvidos, que traficavam grande volume de entorpecentes, inclusive para o Estado de Pernambuco, e posteriormente utilizavam de atos de lavagem para ocultar o rendimento do dinheiro oriundo do tráfico de drogas.

A denúncia foi oferecida ao Juízo da 2ª Vara Criminal pelas Promotorias de Justiça Criminais de Castanhal. O MPPA requer o recebimento da denúncia e a condenação dos denunciados, cujas condutas e tipificações penais estão elencadas na Ação.

A investigação que culminou na denúncia foi antecedida por alguns fatos que levaram à elucidação da rede criminosa, dos quais três envolvidos estão presos.

Por meio da extração do conteúdo de aparelho celular e relatórios de investigação foi apurado o modus operandi da associação criminosa. Resumidamente, o esquema de distribuição funcionava da seguinte forma: o denunciado Adimilson Fermino Gabriel adquiria o entorpecente e guardava em um retiro (galpão usado para fabricação de farinha), em Santa Maria do Pará. O material era entregue, dentre outros locais, na cidade de Serra Talhada, em Pernambuco, por Marcos Antônio, em um veículo ou em um ônibus de turismo fretado exclusivamente para esse fim.

O dinheiro era recebido em espécie pela denunciada Pamela Paloma Machado Borges, ex-esposa de Adimilson e irmã da atual esposa, Priscila Borges, que também foram denunciadas. Com a arrecadação, a associação criminosa estruturou um esquema de lavagem de capitais, ocultando grande parte do dinheiro oriundo do tráfico, inclusive adquirindo imóveis rurais em nome de laranjas.

A investigação, em uma de suas fases, resultou na prisão em flagrante de José Erisvaldo da Silva com cerca de 500 quilos de drogas (cocaína), materializando o crime de tráfico e associação para o tráfico, confirmando as informações preexistentes das condutas de cada um dos denunciados que estão explicitadas na denúncia.

As investigações prosseguiram e as informações coletadas com a quebra e extração de dados dos aparelhos celulares, somadas às interceptações telefônicas, análises de ERB’s e Relatórios de Inteligência Financeira (RIF), formaram um volumoso conjunto de provas contra os denunciados.

As investigações da Polícia Civil do Pará avançaram culminando com a “Operação Farinha”, deflagrada no dia 13 de abril deste ano, com ordens judiciais expedidas pela 2ª Vara Criminal, de busca e apreensão de bens, documentos, aparelhos celulares, prisões preventivas e bloqueio de valores e bens, que somados ultrapassam R$20 milhões de reais.

Em decorrência dos crimes, vários atos de lavagem de dinheiro foram praticados pelos denunciados, utilizando-se de pessoas físicas e jurídicas, todas vinculadas, direta e indiretamente ao tráfico de drogas, “o que permitiu a ocultação e dissimulação, e em alguns casos a integração ao mercado, do dinheiro ilicitamente arrecadado com o tráfico, mas já com aparência de licitude, possibilitando a retroalimentação da cadeia criminosa do tráfico de drogas”, destaca o MPPA.