A Polícia Federal pediu o indiciamento do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), e de cinco ex-assessores do seu governo, além de mais dois empresários, por conta de “condutas delituosas” na compra de respiradores que não funcionaram no auge da pandemia do Covid19.
A irregularidade em questão deu origem a Operação Para Bellum, que cumpriu 23 mandados de busca e apreensão, inclusive no Palácio do Governo e na casa de Hélder Barbalho. Na época sete investigados tiveram 25,2 milhões de reais bloqueados pela justiça e o governador se disse “enganado”.
Segundo um relatório de 30 páginas enviado pela PF ao Ministério Público Federal no dia 27 de janeiro, Helder e outros acusados “tiveram condutas que se amoldariam à prática de crimes licitatórios, crimes de falsidade documental e ideológica; corrupção ativa e passiva, prevaricação e lavagem de capitais”. Detalhes do documento foram divulgados pela revista Época.
As investigações apontam que as práticas criminosas teriam começado quando o governo do Pará resolveu comprar 400 respiradores da empresa SKN do Brasil sem licitação, pagando antecipadamente mais de 50 milhões de reais. Parte desse material foi entregue, mas os equipamentos não funcionaram, apresentando falhas como falta de alarme para avisar quando o aparelho se desconecta da rede elétrica, falta de bateria interna, o que fazia o equipamento desligar com a falta de energia elétrica; impossibilidade de limpeza e esterilização, processo importante quando o equipamento é transferido de um paciente para outro. “Como os equipamentos não serviram para o tratamento da Covid-19, o governo deixou milhões de paraenses entregues à própria sorte”, diz o relatório da PF.
Fonte: Época
